Marcos Piangers, junto com Gustavo Borba, fez uma experiência antes de lançar o livro A Escola do Futuro. Os autores montaram uma sala de aula inteligente, com diversos recursos pedagógicos e tecnológicos, incluindo estrutura modular para atividades em grupo, lousas para que os alunos escrevessem, telas touchscreen, além dos óculos de realidade aumentada para ter acesso a informações e experiências inéditas. Perguntaram, então, aos alunos o que acharam mais interessante e a resposta foi: o professor.

“O professor é a tecnologia mais fantástica”, afirmou Piangers em sua palestra “Educação X Tecnologia: encontro de gerações”, ministrada nesta sexta-feira (28) no IV Congresso de Educação, promovido pelo Sistema Fecomércio Ceará.  Com esse enfoque, ele discorreu sobre as habilidades necessárias para educar nos dias atuais, diante das transformações digitais.

“É impossível educar sem entendimento da biologia e das emoções humanas. É triste um professor não entender de educação neurocompatível. Se você não sabe o básico, você não ensina o outro”, destacou o palestrante. “Ainda hoje há escolas que ensinam os alunos para decorar e aplicar. Exatamente o que a Inteligência Artificial faz e com uma capacidade maior do que os seres humanos. Mas a máquina não entende sobre emoções, nós temos isso. Por isso que as melhores escolas estão ensinando pela experiencialização”, disse.

A partir desse pensamento, Piangers determina as cinco habilidades do futuro, os 5 C’s: (auto) conhecimento, comunicação, criatividade, colaboração e consciência coletiva. “Está comprovado que as crianças aprendem mais e melhor em ambientes comunicativos, criativos e inovadores”, defende ele. Ao mesmo tempo em que mostra o impacto da tecnologia no mercado de trabalho, que atualmente demanda profissionais com todas essas habilidades.

Ao final, ele trouxe um questionamento bem comum na sua atuação como palestrante na área de inovação. Seria, então, a tecnologia um parceiro para o professor na sala de aula? Na realidade, para Piangers, hoje a tecnologia é como a energia elétrica, tão necessária como o oxigênio.

Foto: Davi Pinheiro