Fundadores de museus populares participam de rede cultural do Sesc - Sesc

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Fundadores de museus populares participam de rede cultural do Sesc

seg 23 de setembro de 2019 13:33

Conheça os museus cearenses da serra, sertão e litoral

Os Projetos Sesc Povos do Mar e Herança Nativa são uma grande articulação de pessoas em prol da memória social do Ceará. Neste ano, novos colecionadores e protetores do patrimônio histórico, ambiental, étnico e arqueológico de sua terra-natal trazem sua experiência de museologia popular aos encontros que acontece na reserva ecológica do Sesc, de 22 a 29 de setembro, com a participação de cinco mil pessoas por dia.

Conheça os museus da Serra, Sertão e Litoral, fundados por cearenses e trazidos para a rede de integração social, construída em conjunto com as comunidades tradicionais.

Ecomuseu Natural do Mangue

Criado há mais de 15 anos no bairro Sabiaguaba, em Fortaleza,o Ecomuseu surgiu por iniciativa do ambientalista e morador Rusty Sá Barreto, de voluntários, familiares e amigos para educar sobre as questões sociais, culturais e ambientais da Unidade de Conservação (UC). “O mangue é um ecossistema um pouco menosprezado”, afirma Rusty o criador do museu, onde estão guardadas espécies endêmicas do manguezal. O espaço recebe a programação do Povos do Mar com trilha ecológica, oficina de replantio do mangue da Sabiaguaba e seus representantes palestram em atividades educativas.

IX Encontro Sesc Povos do Mar
23/09

14h Vivências externas: Experiência no Museu do Mangue
25/09

14h Trilha da Sabiaguaba e Oficina de replantio do mangue

Acervo Mucuripe
Sete bairros da enseada Leste de Fortaleza, área chamada Grande Mucuripe, são tesouro historiográfico para o guia de turismo cultural, Diêgo Paula de Araújo, criador do Acervo Mucuripe e nativo da região. Em fevereiro de 2017, começou a fazer da sua casa a sede do projeto de resgate da memória comunitária dos bairros que um dia foram vilas de pescadores.

“O projeto do acervo começou de forma desinteressada, como um hobby. A partir de 2010, após me formar em Gestão de Turismo e Hotelaria, comecei a pesquisar em diversos espaços e a sentir dificuldade de ter informações sobre a memória local”, explica Diego.

Com ajuda de pesquisadores voluntários, os livros, pesquisas acadêmicas, jornais, mapas, cartas, vídeos, documentários, leis, decretos estão sendo digitalizados. Entre as obras raras está a revista de 1941 que registra a expedição dos jangadeiros do Mucuripe até o Rio de Janeiro para reivindicar direitos ao presidente Getúlio Vargas. A hemeroteca com matérias ligadas às comunidades tem mais de 250 recortes de jornais dos de 1970 a 2000.

O colecionador lembra que, ao longo do tempo, foram sumindo as tradições populares que existiam nestes bairros litorâneos, como a Dança do Coco do Mucuripe, a Dança da Caninha Verde do Mucuripe, Nau Catarineta, Fandango, restando atuamente apenas o Reisado Sesc de Nossa Sra. da Saúde.

“Esse é o principal motivo de existência do Acervo Mucuripe, contar a história de um povo que teve e tem sua identidade apagada pelo tempo”. Diêgo é um dos convidados para as palestras do Encontro Sesc Povos do Mar e estará presente no Sesc Iparana Hotel Ecológico.

IX Encontro Sesc Povos do Mar
25/09/2019

9h Conversas para elos – “Juventudes do litoral cearense: potências e desafios”

Sertão pré-colonial

O Museu Tertuliano de Melo, localizado na Fazenda Coité, distrito de Pedra e Cal, no município de Ibaretama, é o primeiro museu do Sertão Central a reunir um acervo arqueológico com importantes peças pré-coloniais da região. São mais de 400 peças indígenas e mais de 100 peças líticas – a exemplo de pilões rochosos, urnas funerárias em cerâmica e pontaletes de pedra. Ao lado deles, há também uma extensa coleção de objetos do período colonial.

Inaugurado em 2013, o Museu é resultado direto da paixão de Tertuliano por arqueologia e história. Pedagogo por formação e arqueólogo autodidata, coube a ele não apenas reunir as primeiras peças, mas posteriormente idealizar o Museu como a melhor solução para disponibilizar o acervo ao público.

“Depois de 40 anos guardando material referente à história da família e da fazenda, percebi que, se eu morresse, tudo aquilo se perderia. Pensei em doar à Prefeitura, mas fiquei temeroso de ficar apenas guardado, perdido. Então decidi colocar na fazenda mesmo, adaptando a estrutura e criando o Museu”, conta.

O equipamento já foi reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e cadastrado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e o Sistema Estadual de Museus do Ceará (SEM-CE).

No dia 27 de setembro, Tertuliano de Melo vai levar um pouco dessa grande experiência como guardião cultural e gestor de museu para o Encontro Sesc Povos do Mar. A ideia, de modo geral, é mostrar à comunidade que não é obrigatório ser especialista com muitos títulos para criar iniciativas nos campos da história e do patrimônio. “Não precisa ser arqueólogo ou historiador, por exemplo. Basta gostar do que faz”, frisa ele.

IX Encontro Sesc Povos do Mar
27/09/2019
15h30 Roda de Saberes: “Vivências histórico-culturais do Sertão Central”

Ponto de Memória Museu Indígena Kanindé

No Maciço de Baturité, área rural do município de Aratuba, vive parte do povo indígena Kanindé. As famílias que moram no Sítio Fernandes são identificadas pela Funai como descendentes de indígenas, em seu território foi iniciado, há 24 anos, um ponto de memória, com resquícios dos habitantes ancestrais, desde machados de pedra, cachimbos, utensílios e a pedra de corisco, fragmento de rocha contada nas lendas como caída do céu junto com os raios.

Os primeiros itens do acervo faziam parte da coleção de José Maria Pereira dos Santos, conhecido como Cacique Sotero. Partiu dele o trabalho de museologia popular que resultou, em 1995, na fundação do primeiro museu indígena do Ceará e o segundo do Brasil.

O Ponto de Memória Museu Indígena Kanindé hoje exibe cerca de 300 peças representativas da etnia, como colares, arupemas, maracás e pequenos animais da fauna nativa, atestando a habilidade dos Kanindé na caça. Cacique Sotero tem 75 anos e é um dos Mestre de Cultura Indígena do Ceará. Todos os anos participa do Encontro Sesc Povos do Mar e Herança Nativa nas rodas de conversa com os troncos-velhos, como são chamados os anciãos dos povos originários.

IX Encontro Sesc Herança Nativa
27/09/2019

9h Roda de Saberes – “Troncos Velhos: da Semente à Raiz”
Museu indígena Jenipapo Kanindé

Fundado em 2010, a partir da atuação de jovens indígenas, o museu foi escolhido como Ponto de Memória do Ministério da Cultura, em parceria com o Instituto Brasileiro de Museus. O Museu Indígena Jenipapo Kanindé apresenta aos visitantes a indumentária, o artesanato e os utensílios representativos da etnia Jenipapo-Kanindé.

Os educadores da etnia trabalham pela conservação, pesquisa e exposição de um acervo composto por adornos plumários, armas, artefatos de ritual mágico, cerâmicas, instrumentos musicais, tecelagem, trançados e utensílios, além de um vasto acervo fotográfico da aldeia. (Fonte: indiojenipapokaninde.org)

Considerado um museu de território, seu acervo abrange também no patrimônio natural da etnia, como a Lagoa da Encantada, a sua mata circundante, assim como as memórias e lendas das pessoas da etnia. O Povo Jenipapo Kanindé participa de círculos de Cultura, vivências e apresentações no Encontro Sesc Povos do Mar

IX Encontro Sesc Herança Nativa
27/09/2019

9h Roda de Saberes – “Troncos Velhos: da Semente à Raiz”

Caravana do Museu Indígena Tremembé

Há três anos, o povo indígena de Almofala em Itarema criou a Caravana do Museu Indígena Tremembé, projeto vencedor do prêmio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2018. Com palestras, apresentações sobre cultura, memória e religiosidade, o projeto percorreu 31 aldeias incentivando a valorização das ancestralidades. Os representantes da etnia: Cacique João Venança e Pajé Luís Caboclo, assim como diversos parentes Tremembé fazem parte do Povos do Mar e do Encontro Herança Nativa mostrando as danças, práticas alimentares e aspectos identitários do seu povo.

IX Encontro Sesc Herança Nativa
27/09/2019

9h Roda de Saberes – “Troncos Velhos: da Semente à Raiz”

Serviço

IX Encontro Sesc Povos do Mar
Data: 22 a 26 de setembro
Horário: 7h30 às 22h

Local: Sesc Iparana Hotel Ecológico (Av. José de Alencar, 150 – Caucaia)

Confira programação completa no site
Aberto ao público

V Encontro Sesc Herança Nativa

Data: 26 a 29 de setembro

Horário: 7h30 às 22h

Local: Sesc Iparana Hotel Ecológico (Av. José de Alencar, 150 – Caucaia)

Confira programação completa no site

Aberto ao público

Acesso Rápido

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