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Ciganos do Ceará debatem ensino de dialeto em risco de extinção

ter 21 de agosto de 2018 13:39

No Encontro Herança Nativa, comunidades ciganas debatem educação intercultural

para preservação língua materna.

Grupos ciganos da etnia Calon radicaram-se no território cearense há mais de 80 anos, formando comunidades em mais de quarenta cidades. A invisibilidade desta minoria étnica e o preconceito em relação à sua cultura colocam em risco a continuidade dos costumes ciganos, o principal deles, o dialeto chibi, falado por menos de duas mil pessoas e em risco de extinção.

O nome deriva da palavra chibe, que quer dizer linguagem, os homens não-ciganos são chamados de juron e as mulheres jurinha. Esta língua ágrafa não tem registros escritos e é ensinada pelos mais velhos das famílias ciganas, que percebem a perda da identidade nas gerações mais jovens. Por isso, os ciganos Calon das cidades de Caucaia e de Sobral participam no Encontro Herança Nativa, de 26 a 29 de agosto, e debatem “o ensino da língua cigana em sala de aula”.

Francisca das Chagas Cruz, líder cigana da comunidade Sumaré, em Sobral, explica que esta tem sido uma preocupação para seu povo. “Seria bom os jovens saberem o dialeto, os mais velhos querem passar e estamos bastante engajados, temos que ensinar o povo da gente, senão morre esta tradição”, diz ela.

Há cerca de um ano, os povos ciganos do Ceará tem se articulado em todo o estado, eles fundaram a Associação de Preservação da Cultura Cigana do Estado do Ceará (Asprecce), que está fazendo o mapeamento das comunidades e também realizaram o primeiro Encontro das comunidades ciganas há três meses.

No encontro, foram listadas as necessidades de direitos sociais básicos para o povo cigano, entre eles a educação. “Gostaríamos de diminuir o índice de analfabetismo nas comunidades ciganas, dando acesso à educação de qualidade e livre de qualquer estigma e preconceito”, diz o cigano Calon, Rogério Ribeiro, presidente da Asprecce, que conduz o debate sobre “visibilidade e perspectivas para o futuro do povo cigano” no Encontro.

Apoiados pela nova Base Nacional Comum Curricular, que prevê a abordagem de identidades linguísticas, étnicas e culturais nas escolas, os ciganos planejam como a educação pode ser aliada na preservação de sua identidade. Rogério explica que o dialeto cigano é também uma forma de proteção para eles. “Idealizamos uma escola que valoriza a diversidade cultural do Brasil, isso inclui a cultura cigana e sua diversidade étnica. Fazemos parte da história do Brasil,porém muita gente não conhece, queremos a preservação do nosso dialeto próprio, nosso Chibi, nossas danças e rituais” afirma o cigano.

Serviço

Encontro Sesc Povos do Mar – 22/8 a 26/8

Encontro Sesc Herança Nativa – 26/8 a 29/8

Local: Sesc Iparana Hotel Ecológico (Rua José Alencar, nº 150 – Praia de Iparana – Caucaia-CE)

Informações e programação: http://www.sesc-ce.com.br/povos-do-mar-heranca-nativa/  ou 0800.275.5250/3462.6350

Sobre os 70 anos do Sistema Fecomércio

Após o período da Segunda Guerra o Brasil passou por grandes desafios. O Estado não conseguia atender à crescente demanda por serviços sociais, nem acompanhar o novo contexto do mercado de trabalho. Deste modo, em maio de 1945, representantes empresariais da indústria, comércio e agricultura, realizam em Teresópolis, a primeira Conferência das Classes Produtoras (CONCLAP). Nesse encontro elaboram uma proposta ousada de custeio dos serviços sociais e da educação profissional para os trabalhadores com recursos das classes patronais. A Carta da Paz Social foi o documento que formalizou as diretrizes para o desenvolvimento econômico com justiça social. Nascia assim, a partir da iniciativa do empresariado, o Sistema S, o maior Sistema de desenvolvimento social do mundo.

No Ceará, em 16 de março de 1948, o empresário Clóvis Arrais Maia fundou a Federação do Comércio com a finalidade de unir lideranças do setor para colaborarem com a educação profissional e a qualidade de vida dos trabalhadores. No mesmo ano, a Fecomércio implanta o Sesc e o Senac instituições mantidas pelos empresários do comércio que ofertam serviços sociais e educam para o comércio de bens, serviços e turismo.

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