O Simbolismo do Padre Cícero pauta o segundo dia do I Seminário Patrimônio da Humanidade Chapada do Araripe - Sesc

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O Simbolismo do Padre Cícero pauta o segundo dia do I Seminário Patrimônio da Humanidade Chapada do Araripe

qui 8 de agosto de 2019 10:00

Cada palavra, um território. Os palestrantes do segundo dia de evento abriram as reflexões para o patrimônio imaterial na região do Cariri, revelando o caráter misto da Chapada do Araripe em difundir cultura e natureza (Foto Augusto Pessoa)

Dos debates sobre o reconhecimento do patrimônio cultural às reflexões sobre o simbolismo do Padre Cícero no Nordeste, o segundo dia de programação “I Seminário Patrimônio da Humanidade Chapada do Araripe”, realizado nesta quarta-feira, 7, aconteceu no Teatro Patativa do Assaré, da Unidade Sesc de Juazeiro do Norte. Através do relato de historiadores, pesquisadores, artistas e secretários de cultura, foi discutida a relação entre os territórios e as práticas culturais no Cariri.

Em um primeiro momento, sob mediação de Fabiano Piúba, Secretário de Cultura do Estado do Ceará, os critérios da Unesco para o reconhecimento do patrimônio foram explanados pelas observações de Julio Sampaio, Presidente do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS), associação não-governamental ligada à ONU que é responsável por propor a titulação de cultural da humanidade aos bens de conservação.

Os historiadores do Instituto Vale Caririense, Renato Casimiro e Renato Dantas, teceram pontos de relação entre a trajetória pessoal da infância romeira, por meio das peregrinações familiares, e o debate sobre o imaginário simbólico da fé na região. Como mencionou Casimiro, diante da sua própria “ligação visceral com o Juazeiro e a sua história”, as últimas palavras do Padre Cícero ainda hoje aparecem como o fio condutor das romarias e da religiosidade popular e lembram aos fiéis de regressarem em devoção.

O momento de debate dos historiadores, para Alemberg Quindins, fundador da Casa Grande, é uma reafirmação de que no Cariri “nós só temos um Padre Cícero e, o Crato, está dentro dele”. Para ele, Juazeiro do Norte é a encarnação do território da Chapada, pois revela a história antropológica das migrações na região e reúne diversos aspectos da cultura em uma posição ímpar para o Nordeste. “De um povo autêntico, original e com a cabeça universal”, diz.

Ao lado do professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Oswald Barroso, que trabalha com as manifestações populares do Ceará, José Lourenço da Lira Nordestina, acrescentou o debate sobre o imaterial na cultura a partir do olhar da xilogravura do cordel. O xilógrafo conta que aprendeu a ler versos debaixo de um pé de cajarana e até hoje, de geração em geração, utiliza a madeira do Mestre Noza para retratar as imagens do sertão na rima e viver da cultura.

A última mesa do dia teve como tema as políticas públicas municipais culturais e contou com as articulações dos secretários de cultura Wilton Dedé e Renato Fernandes, dos municípios de Crato e de Juazeiro do Norte, respectivamente. O espetáculo Carroça de Mamulengos encerrou a noite com as cenas de um Nordeste encantado. Um dos pontos altos da encenação do grupo é o momento em que Ana, a atriz mais nova, filha de Maria Gomide, incorpora a burrinha e dá vida ao personagem presente nas manifestações de Reisado da região.

Serviço:
I Seminário Internacional do Patrimônio da Chapada do Araripe
Dias: 6 a 9 de agosto
Local: Crato, Juazeiro do Norte e Nova Olinda
Informações: www.araripepatrimonio.com.br
Inscrições online

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